Hoje é o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência e me peguei refletindo sobre o estereótipo de um cientista: na maioria das vezes um homem, de jaleco branco, óculos, um pouco desajeitado e introvertido.
A verdade é que não existe padrão nessa profissão.
Quando eu era peguenta, enquanto muitas amiguinhas queriam ser veterinárias, médicas, astronautas... eu sempre quis ser cientista. O desconhecido me fascinava e cada descoberta ordinária do meu processo de crescimento era vivida com um momento "eureka". Toda criança, na verdade, tem um pouco de cientista - dessa gana de descobrir o funcionamento das pessoas, do mundo e do universo.
Acontece que pra fazer ciência é preciso muito mais que isso. E existem muitas mais etapas do que aquelas que acontecem dentro de um laboratório, conduzidas por um especialista vestido de jaleco branco.
Existem pesquisas qualitativas, quantitativas, exploratórias, descritivas, e tantas outras mais! Não é meu objetivo aqui apresentar cada uma. Meu objetivo é te ajudar a enxergar que fazer ciência pode parecer simples, mas é muito mais complicado do que parece.
Tudo começa com uma hipótese, que nasce de muita pesquisa - e muita leitura - sobre algum determinado assunto. Começamos, então, a desenhar o objetivo da pesquisa: geralmente testar a hipótese. E, para isso, é preciso determinar qual o melhor método para se alcançar esse objetivo. Como? Depois de ler um bocado e pesquisar mais ainda para aprender, de todos que existem, qual melhor se aplica às nuances da minha própria pesquisa.
Feito todo esse planejamento inicial (chamado projeto de pesquisa), que geralmente tem umas 10 páginas e deriva da leitura de centenas de outros materiais entre livros, revistas, artigos, etc, partimos para a execução.
Essa execução pode acontecer em todos os lugares que você imaginar. Escolas, casas, consultórios, clínicas e hospitais. Serviços públicos ou privados. Laboratórios, inclusive. Pode ser conduzida por pessoas muito diferentes entre si. E qualquer que seja o procedimento, há ali um cientista fazendo ciência.
Depois da coleta ou execução, hora das análises e escrita dos resultados para divulgação à comunidade científica. Afinal, de nada adianta ter tido tanto trabalho se ninguém tiver conhecimento dos seus resultados. É necessário divulgar o conhecimento descoberto!
Cientistas levam anos, décadas de suas vidas tentando entender e resolver os problemas do mundo. Nós, meninas e mulheres na ciência, já fomos muito apagadas pelo machismo histórico que vivemos e continuamos vivendo. Mas a nossa sede de analisar, descobrir, explorar, solucionar nunca vai ser extinta.
Vamos vestir nossos jalecos - ou não - e salvar o mundo!
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